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A força das árvores

Por Oscar D´ambrosio


 

 

As obras de Marcos Shigueo Akasaki têm como uma de suas principais características o acabamento esmerado no diálogo entre dois elementos: o nanquim e a tinta acrílica. Ambos são articulados dentro de um universo imaginário amplamente expressivo, marcado por alguns importantes fatores simbólicos.


O principal é a árvore. Isso não significa que ela esteja sempre presente de forma explícita. Pode surgir de modo mais sutil, em meio a outros elementos, mas traz no seu bojo uma poética articulada nos componentes que estão embaixo da terra e acima dela. As raízes e os galhos estabelecem uma atmosfera imaginária de encantamento.


Merece ainda observação atenta a circunstância como as cores são articuladas nesses mundos. São ambos regidos progressivamente pelo detalhe da construção dos espaços e, ao mesmo tempo, pela entrada de sucessivas pinceladas curtas que vão dando às imagens uma forma diferenciada de se instaurar, com um trabalho pictórico de mais corpo.


A árvore não é aqui para ser entendida no seu aspecto representativo e figurativo, mas sim no seu poder de ligar o que se dá nas entranhas da vida com o que flutua no céu. O escondido e o aparente são relacionados pelo pintor de maneira muito peculiar, com força e intensidade, mas sem perder a leveza, reforçando o que há de mais precioso na arte: a fatura precisa.





Oscar D’Ambrosio, doutorando em Educação, Arte e História da Cultura na Universidade Mackenzie, é mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. Integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA-Seção Brasil).

R A Í Z E S   D O   I N C O N S C I E N T E 

Raízes do Inconsciente III

Vencedora da Arte Contemporânea

Bunkyo 2012

A força das árvores
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